História
O território onde surgiria mais tarde o município de Encantado era coberto por extensas matas e habitado por índios do tronco GE Guarani. Embora não se precisem as tribos as quais pertenciam, tudo faz crer que fossem os Charruas ou Tapes. A primeira exploração do território deu-se em 1635, com os padres Jesuítas, para iniciar a exploração do Rio Mbocarirói (Guaporé) e Tebiquary (Taquari), iniciando pelo Rio Boapari (rio das Antas), Taiaçuapé (margem esquerda do rio Taquari). Nos primórdios, antes que a terra tivesse nome, Encantado pertenceu a um dos quatro municípios primitivos do Rio Grande do Sul, o da capital do Estado - Porto Alegre - criado pelo Alvará Imperial de 23 de agosto de 1808, complementado pela Provisão de 7 de outubro de 1809, que determinou a instalação dos municípios de Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha.
Com a criação do município de Triunfo, em 25 de outubro 1831, toda a região do nordeste do município de Porto Alegre passou a compor o novo município, e com ele o território inexplorado de Encantado. De Triunfo passou para Taquari, território criado em 4 de julho de 1849, pela Lei nº160.
Encantado era apenas uma mera expectativa econômica, até que Estrela despontou no firmamento olítico-administrativo do Rio Grande do Sul como parcela autônoma, em 21 de fevereiro de 1882, pela Lei nº 1.044. Dessas terras desmembradas de Taquari, foram localizadas as colônias hoje denominadas Guaporé e Encantado, vindo os colonos a se estabelecer nesta última por volta de 1882.
Pelo que se tem conhecimento, o topônimo "Encantado" apareceu escrito, pela primeira vez, em 1856, no livro de Registros Paroquial, de Santo Amaro, que diz: "Manoel Joaquim da Silva declara ter posse de terrenos na margem direita do rio Taquari, lado de Santo Amaro, no lugar denominado "Encantado", com meia légua de extensão, com uma légua de fundos, mais ou menos, cujos terrenos confrontam-se: ao Norte com o arroio Jacaré, pelo Sul com terras de José Antonio dos Santos Lara, a Leste com o rio Taquari e pelo Oeste com a Serra Geral.
O grande território Município de Encantado estava subdividido em diversas áreas de terras, de grandes proprietários, de empresas colonizadoras, ou mesmo de pessoas físicas, que as vendiam para os povoadores e colonizadores.
Em 1878, Coronel José Francisco dos Santos Pinto, mapeou suas terras a fim de que pudessem ser vendidas aos imigrantes ou aos migrantes oriundos de outras localidades já colonizadas. A colonização e o povoamento do território ocorreram oficialmente em 1882, quando aqui se estabeleceram as primeiras famílias Lucca e Bratti, vindas da Itália. O novo povoado surgiu no vasto território quase virgem, tendo ao sul a colônia alemã de Arroio do Meio. Para o norte e oeste, os povoamentos já florescentes de Soledade e Passo Fundo, visto que a colonização de Guaporé só se iniciaria em 1892.
Em 1887, graças à religiosidade do povo e à iniciativa do padre Eugênio Steinnert, de Estrela, teve início um movimento para a construção do primeiro templo católico. Foi concluída a primeira igrejinha de madeira, em terreno doado, sob a invocação de São Pedro Apóstolo. Localizada onde hoje se assenta o salão paroquial, uma quadra abaixo da atual.
Devido ao seu rápido desenvolvimento, Lajeado é designado município em 26 de janeiro de 1891, antes território de Estrela. A esse município integrou-se o território de Encantado, que elevou-se à categoria de 2º distrito de Lajeado, pelo Ato Estadual nº 06, de 5 de janeiro de 1892.
Havia no distrito de Encantado, além da sede, os seguintes povoados: São José da Anta Gorda (Borguetto), pequeno povoado no núcleo Anta Gorda, Santo Antônio do Jacaré (Relvado) e Nova Bréscia também chamado Arroio das Pedras. A 7 de Maio de 1914, uma comissão integrada pelos núcleos de Encantado, Anta Gorda e Itapuca, encaminhou ao então governador do Estado, Dr. Antonio Augusto Borges de Medeiros, memorial solicitando a criação do município, tendo por base os territórios do 2º(Encantado) e 4º (Anta Gorda) distritos de Lajeado, e 9º (Itapuca) distrito de Soledade, cuja sede ficaria em Encantado.
Lajeado foi a última dependência de Encantado. Depois disso, adquire autonomia político-administrativa.
Municípios desmembrados e emancipados:
Nova Bréscia (Decreto 4.903 / 1964). Nova Bréscia era distrito de Encantado e passou a pertencer a Arroio do Meio (Decreto nº 5.759, de 28.11.1934).
Arvorezinha (Lei nº 3.717, de 16.02.1959)
Anta Gorda (Lei nº 4.686, de 26.12.1963)
Ilópolis (Lei nº 4.687, de 26.12.1963)
Putinga (Lei nº 4.689, de 26.12.1963)
Relvado (Lei nº 8.604, de 09.05.1988)
Doutor Ricardo (Lei nº 10.639, de 28.12.1995)
Segundo o livro dos historiadores Ferri e Thomé, o cacique de uma tribo de índios chamado "Maná" ao navegar pelo rio Taquari com sua canoa, acompanhado por outros dois componentes de sua tribo, quando se encontravam nas proximidades da foz de um riacho, avistaram um vulto branco, sem precisar sua forma, o qual ao pressentir a aproximação dos indígenas, jogou-se nas águas profundas do rio, desaparecendo como que por encanto. Surpresos e "encantados" com aquela visão diante do desconhecido, só foram pronunciar algumas palavras após refazerem-se do susto que mais tarde tornou-se uma espécie de lenda, tendo a foz sido denominada de arroio "ENCANTADO".
O nome de Encantado apareceu registrado pela 1ª vez no ano de 1856, no livro de registro paroquial nº38, na localidade de Santo Amaro, às folhas 540, registro 24. Houve também outra denominação dada pelos primeiros imigrantes que fundaram o vilarejo, chamando o lugar de "São Pedro de Encantado" ou "São Pedro de Valdástico", atribuído ao local de origem dos imigrantes que vieram da Itália, mas o nome Encantado foi o que predominou.
Às vésperas da emancipação, Encantado possuía três ruas: Júlio de Castilhos, Marechal Deodoro e Tiradentes. A população distrital alcançava 7000 habitantes, a de Anta Gorda 8600 habitantes e a do núcleo colonial Itapuca (Soledade) 3843 habitantes.
Em 31 de março de 1915, o Governo do Estado publicou o Decreto Nº 2.133, elevando à categoria de Vila com a denominação de “Município de Encantado”, tendo por sede a povoação deste nome, o território compreendido pelos 2º(Encantado) e 4º (Anta Gorda) distritos de Lajeado e 9º (Itapuca) distrito de Soledade.
A área inicial do Município, ao ser emancipado em 1915, era de 1.306 quilômetros quadrados. A situação topográfica de Encantado à margem do Taquari fez com que o grande escoamento de produtos passasse pelo povoado.
Ao emancipar-se, no dia 31 de março de 1915, Encantado tinha como limites: ao Norte, Soledade e Guaporé; ao Sul, Lajeado e Estrela; a Leste, Guaporé e Estrela; ao Oeste, Soledade e Lajeado.
Com as emancipações de Arroio do Meio, Roca Sales, Arvorezinha e Muçum, as divisas passaram a ser: ao Norte, Arvorezinha e Guaporé; ao Sul, Arroio do Meio e Roca Sales; a Leste, Guaporé, Muçum e Roca Sales; a Oeste, Soledade e Arroio do Meio.
Com as emancipações de Anta Gorda e Putinga as divisas passaram a ser: ao Norte, Putinga e Anta Gorda; ao Sul, Arroio do Meio e Roca Sales; a Leste, Muçum e Roca Sales; a Oeste, Arroio do Meio, ainda mais tarde ao Norte com Doutor Ricardo e Relvado.
Prefeitos Eleitos e candidatos ao Executivo do Município
PREFEITO/VICE | PERÍODO | CONCORRERAM |
Antonio de Conto | 1924/1928 | Indicação direta |
Augusto Pretto / Ernesto Gregoire | 1928/1931 | Indicação direta |
Zeferino Demétrio Costi | 1936/1938 | Cel.Serafim de Moura Assis (não havia vice) |
Adalberto Pio Souto | 1938/1944 | Indicação direta |
João Batista Marchzese/ | 1945/1948 | Napoleão Primo Mottin/João Garibaldi Trombini |
Miguel Luiz Pretto | 1948/1951 | Substituiu prefeito que concorreu a deputado |
Jordano Sétimo Cé / Feliciano Bastos | 1952/1955 | Gildo Fidélis Sana / Ernesto Santin |
Feliciano Bastos | 1955-nov/dez | Substituiu prefeito que renunciou |
Ernesto Lavratti Netto/ | 1955/1958 | Miguel Pretto / Fernando Degrazia |
Francisco Borsatto / Pedro José Lahude | 1959/1963 | Dionisio Cé / Carlos Giordani |
Adilar Giuseppe Bertuol / Armando L Reali | 1963/1969 | Pedro José Lahude / Valdir Martins |
Armando Luiz Reali / Evaldo Zílio | 1970/1973 | Salin Chanan / Alcides Pretto |
Evaldo Zílio / Ampère Giordani | 1974/1977 | Jorge Moreira / Nédio Marchese |
Antonio Lorenzi / Luis Pedro Dalla Lasta | 1978/1982 | Adroaldo Conzatti /Neodir Dacroce; Raimundo Bolsi/ Arlindo Emmer; Armando Reali/ Severino Pretto |
Adroaldo Conzatti / Raimundo Bolsi | 1983/1988 | Sérgio Seppi / Gládis Sangalli; Pedro J Lahude / Miria C Lucca; Ivete Dutra; Rufino / Agenor Radaelli; Neolando Fontana / Agenor Radaelli; Genuino A Ferri / Evaldo Zílio; Jorge Moreira / João C Pretto; Ampère Giordani /Agenor C Borghetti |
Luis Pedro Dalla Lasta / João Carlos Pretto | 1989/1992 | Carlos A Schaffer/Otacílio A Balestro; Roberto A Turatti/Vandir Masiero; Valmor Oselame/ Cláudio Bertella |
Adroaldo Conzatti / Odilon Gheno | 1993/1996 | Neri Sucolotti/Derqui Mottin; Claudio Bertella/Ricardo Ce |
Paulo Costi / Roberto Turatti | 1997/2000 | João Carlos Pretto/Marino Deves; Sergio DallaVecchia/ Nelson Antonio Stefani |
Paulo Costi / Sérgio Goldoni | 2001/2004 | Adroaldo Conzatti/Rafael Fontana; Moisés Stefani/ Irineu Giongo |
Agostinho Orsolin / Luis Pedro Dalla Lasta | 2005/2008 | Irno Pretto/Marino Deves; Nivaldo Magagnin/Agenor Borghetti; Roberto Antonio Turatti/Jonas Calvi |
Paulo Costi / José Calvi Paulo Costi / José Calvi Adroaldo Conzatti / Enoir Cardoso | 2009/2012 2013/2016 2017/2020 | Agostinho Orsolin/Luis Pedro Dalla Lasta Agostinho Orsolin/Gilmar Spader; Denise Pretto/Waldemar Dullius Agostinho Orsolin/Jonas Calvi |